o uso da tecnologia na infância

Com o grande avanço da tecnologia tem ficado cada vez mais fácil o acesso a internet pelas crianças e jovens, os pais tem utilizado principalmente o celular como meio de distração das crianças em um periodo de suma importância no desenvolvimento da criança. Atualmente tem sido extremamente comum encontrar crianças na fase de 1 ano ou 2 anos já com um dispositivo mobile na mão vendo algum video no Instagram ou YouTube, mas você sabe qual é o impacto no desenvolvimento e formação dessa criança? Vamos falar mais sobre o impacto emocional e físico que pode estar atrapalhando e estimulando a necessidade crônica de estimulos constantes, influência no comportamento e até mesmo alteração física nas estruturas do cerébro em desenvolvimento. Para contextualizar estarei falando no próximo paragráfo sobre como funciona as redes sociais e a dinâmica da atenção que as plataformas tem buscado.

A ATENÇÃO É A NOVA MOEDA

Antes de tudo quero contextualizar e falar sobre os videos rápidos de 15 segundos a 60 segundos, storys, shorts e as mais diversas estratégias aplicadas somente para manter a sua atenção na tela por horas, que tem sido o maior foco das empresas na atualidade. Instagram, TikTok, Kwai e YouTube tem se destacado principalmente por seus vídeos curtos e extremamente estigantes, cada video possui diversas técnicas para segurar a atenção do espectador na tela, de forma a liberar neurotransmissores como dopamina o tempo inteiro! Nunca antes houve tanto estimulo dopaminérgico, a pouco tempo as pessoas precisavam praticar esforço físico ou mental para conseguir altas doses de “prazer”, para que você entenda melhor eu quero falar mais sobre a dopamina e o seu papel nessa história.

 

A dopamina é conhecida popularmente como o homônio do prazer, é um neurotransmissor liberado no cerébro que está constantemente associado ao vicio, como também está envolvida no controle de movimentos, aprendizado, motivação, foco, prazer, humor, emoções, cognição e memória. A desregulação da dopamina está relacionada a transtornos neuropsiquiátricos como TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), Doença de Parkinson, no qual ocorre escassez na via dopaminérgica nigro-estriatal, e na esquizofrenia, no qual ocorre excesso de dopamina na via dopaminérgica no mesolímbico e escassez na via mesocortical. Atualmente temos um sistema muito estimulante através da pornografia, videos curtos cheios de estimulos visuais e auditivos, jogos online, apostas online, comida cheia de açúcar e gordura, drogas e outros tipos de estimulos. Pórem tudo isso tem um efeito mais ainda nos jovens que estão em desenvolvimento, e por conta de não estarem totalmente formados pode interferir em como é desenvolvido, tema que vamos destrinchar a seguir:

EFEITOS NO DESENVOLVIMENTO

Para a psicóloga educacional do Colégio Positivo, Karoline Keller, o uso excessivo de telas desde a primeira infância compromete ou até substitui etapas e práticas fundamentais para o ciclo de desenvolvimento da criança. A coordenadora da Educação Infantil do Colégio Positivo, professora Kaline Mazur, explica que a criança que fica diante de uma tela recebe uma quantidade enorme de estímulos que dificilmente podem ser igualados por outras atividades, com todo esse excesso de estimulo ainda na infância trás a ansiedade e a frustração devido a discrepancia da quantidade de cores, sons e a ação na tela do mundo real que a expectativa da criança é frustrada ao não oferecer a mesma quantidade. Como também compromete a socialização da criança e do jovem ao passar horas em frente a tela e induzir o isolamento, dificultando a comunicação e a interação com outras pessoas. Afeta-se também o sono, que ao utilizar a tela dos dispositivos é suprimido a produção de melatonina no cérebro , hormônio responsável pela indução e qualidade do sono, desta maneira é produzido um efeito cascata com sintomas e sintomas mais agressivos e danosos a longo prazo como alteração de humor, retardo no desenvolvimento do cérebro, risco aumentado de depressão e ansiedade, problemas ligados a memória, diminuição da atenção e do aprendizado, desenvolvimento de doenças cardiacas, aumento do risco de doenças neurodegenerativas, diminuição da imunidade. E por último prejuízo no desenvolvimento motor por estarem acostumados com telas sensíveis ao toque e com botões que respondem somente ao pressionar, as crianças estão cada vez menos envolvidas em atividades que trabalham como escrever, desenhar, brincar, utilizar massinhas, pintar e praticar atividades físicas. 

 

Todos os efeitos já são percebidos de forma imediata, ainda á diversos estudos relacionados sendo feitos para análisar a gravidade e quais outros efeitos podem estar associados ao uso da internet, dos dispositivos e das redes sociais na infância. De tal forma já é possível concluir um efeito negativo a princípio.

TEMPO DE USO RECOMENDADO

Como forma de melhor lidar com o tempo de acesso as telas hoje temos como recomendação pela Sociedade Brasileira de Pediatria para crianças de até 2 anos a não utilizarem telas. Enquanto entre 2 anos e 5 anos deve haver um limite de 1 hora por dia. Já crianças entre 6 anos e 10 anos um limite de até 2 horas ao dia (sendo recomendado não possuirem televisão ou computador no próprio quarto até os 10 anos). E entre 11 anos e 18 anos, não devem ultrapassar o limite de 3 horas total de tela incluindo celular, computador, jogos ou relacionados (sendo recomendado não possuir celular próprio antes dos 12 anos).

© copyright 2024 - todos os direitos reservados.